quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Cartas na Prisão


   




Cartas na Prisão


"E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram tem servido para o progresso evangelho; de maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda do palácio, e por todos os demais lugares; e muitos dos irmãos no Senhor, que tem sido incentivados com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.” (Filipenses 1.12-14)

Após o acidente que sofri que resultou em tetraplegia, precisei usar uma cadeira de rodas, assim como precisei buscar formas para usar os poucos movimentos que me restaram.

Com o auxílio de um adaptador no braço esquerdo e uma máquina elétrica, mais tarde com o computador, foi-me possível escrever cartas e manter correspondência com presidiários e ter um pouco de conhecimento desta realidade. 

A Bíblia nos conta que Paulo esteve preso. Eu não sou como Paulo; eu não estou na prisão. Mas eu posso me identificar com as grades de uma cela de prisão. Esta cadeira de rodas que eu uso para me locomover é feita de uma grande quantidade de metal, e, de certa forma, é confinante. Acho que é por isso que alguns prisioneiros se identificam com minha situação. Confirmei isso no tempo em que me correspondi com eles. Meu testemunho encorajava-os, e eles podiam olhar para a minha cadeira e entender com a semelhança de nossa situação. 

Mesmo que eu não saiba nada do tipo de prisão que o apóstolo Paulo passou, eu sei que ele teve uma sábia atitude demonstrada através do versículo em destaque, onde ele basicamente diz: - Se eu estou em cadeias, essas barras devem me ajudar a espalhar a boa notícia. E o meu encarceramento ajudará os outros a se tornarem fortes. 

Eu li cartas de prisioneiros que aproveitaram a prisão como uma oportunidade para se aproximarem de Cristo. Eu posso dizer a mesma coisa, pois eu estou em uma cadeira de rodas e estes parafusos e barras me aproximaram de Cristo e ainda podem me dar uma chance para espalhar a boa notícia para quem sofre de confinamento e limitações. 

O apóstolo Paulo foi impedido de viajar e pregar por estar numa prisão, mas além de ajudar os que estavam presos escreveu cartas que estão sendo lidas por vários séculos na Bíblia Sagrada, ensinando, fortalecendo, edificando e abençoando até o dia de hoje. A sua mente estava ocupada com a pessoa de Jesus Cristo e não com seus sofrimentos na prisão.

Quais são as suas correntes? Talvez você se sente algemado pela pia da cozinha. Talvez você se sinta acorrentado a sua mesa com folga apenas para chegar ao banheiro e a cafeteira. Talvez você se sente preso em um casamento difícil. Talvez você se sinta confinado por uma doença física, ou emocional. 

As barras/cadeias que nos confinam podem nos abençoar e abençoar outros, pois por causa delas, a maneira como as enfrentamos, poderemos escrever cartas que tocarão vidas para Deus. O que aconteceu com você tem servido para o progresso do evangelho de Cristo? Deveria. É o local a partir do qual Deus quer trabalhar.

Poderíamos facilmente nos ressentir por nossas circunstâncias. Mas considere as palavras do apóstolo Paulo sobre suas cadeias. Ele diz-nos através da escrita que Deus colocou esses confinamentos em você para que você possa usá-los para ajudar ainda mais na difusão do Evangelho.

Portanto, gostaria de encorajá-lo não só ouvir, mas agir na Palavra de Deus, qualquer que seja seu confinamento. Alegre-se com o que faz você se sentir confinado. Peça a Deus para abrir os olhos do vosso coração, como ele diz em Efésios 1:18; peça para ajudá-lo a ver as suas circunstâncias como a própria prisão que pode libertá-lo. É como eu olho para a minha cadeira de rodas, quero encorajá-lo a olhar para a sua própria prisão. Vamos pedir a Deus para mudar o nosso mundo, assim como Paulo mudou.

Oro: Senhor Jesus, ajuda-me a me alegrar nos confinamentos da minha vida. Capacita-me a ver as minhas circunstâncias, como limites a serem usados para o teu mover sobre a vida de outros.



Baseado no devocional de Joni Earecson Tada

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